sábado, 7 de outubro de 2017

Blade Runner 2049 | Crítica

Por Unknown   Postado em  08:37   crítica Nenhum comentário

Continuação do clássico de 1982 continua intrigante e inteligente
O ano é 2049. Califórnia. Depois da caça contra os androides do passado da corporação Tyrell - os Nexus 8 - um novo tipo de replicantes é produzido. Dessa vez, sendo mais obediente aos humanos, sem causar problemas.

A imersão nesse mundo sombrio e futurista começa com K (Ryan Gosling), o policial do departamento de Los Angeles, um caçador de androides, em uma missão na fazenda de Sapper Morton (Dave Bautista). Lá, K descobre algo muito peculiar; uma replicante no passado que teve um filho. Por conta disso, sua chefe, a tenente Joshi (Robin Wright) ordena quase que um estado de alerta. Essa situação perigosa e delicada - se a informação de que uma replicante foi capaz de gerar um filho, as coisas poderiam chegar numa situação ruim, como guerras e revoluções - faz com que K vá em busca de respostas.
Somos conduzidos, junto com K, a questionar a situação desde o começo. A tentar encaixar as peças do quebra cabeça. Muitas perguntas, que vão sendo respondidas conforme o desenrolar da trama, com fatos muito bem pensados e elaborados. 

Os elementos de roteiro, envolto às características visuais que não são como aquele futuro com certeza traduzem o que Ridley Scott quis propor  com o seu filme em 1982. Tudo nesse novo filme é muito similar com o antigo; as roupas dos personagens; desde as características técnicas até as práticas. As roupas dos personagens, os carros que voam, os grandes anúncios publicitários sedutores e atraentes, a ambientação suja e sombria dese futuro que é completamente diferente do estilo clean que vemos por aí, mostram que o homem foi evoluindo da forma errada; a moral, a ética nesse mundo talvez sejam coisas supérfluas, onde a única preocupação é vender, possuir o poder e o controle sobre o mundo, e também por fora dele.
Algo que também está muito presente são os longos takes mostrando com detalhes tudo o que foi citado acima, junto com a trilha sonora de Benjamin Wallfisch e Hans Zimmer, muito similares com a o que Vangelis fez no filme original. É o misto do visual e da trilha sonora envolventes e dramáticos, que dão uma noção de como é esse cenário sombrio.

Todo o questionamento sobre a identidade pessoal, sobre o que é ser humano, sobre ter uma alma e sentimentos, é muito presente e muito bem desenvolvida na jornada de K para descobrir a verdade. Algo que chama atenção é a sua "assistente pessoal" que faz companhia em K em seus momentos de solidão. "Joi (Ana de Armas), faz tudo o que você precisa" é o slogan do que parece ser uma boneca sexual, mas na verdade K a utiliza como quase uma amiga. Como dito, toda essa questão da sedução é muito presente nesse mundo. Aliás, solidão também é um sentimento possível de se transmitir quando se assiste o filme.
Pouco mais que a metade do filme, temos a junção do velho com o novo. Quem assistiu ao Blade Runner original consegue entender muito mais o que se passa na trama por conta do background do agente Deckard e a replicante Rachael no filme de 1982. Aqui, um espectador que não assistiu perde um pouco do significado de tudo o que acontece. E, claro, depois que Harrison Ford aparece em tela pela primeira vez no filme, o espectador fã com certeza tem aquele sentimento de "esse é o Deckard que eu vi há tempos e finalmente estou me encontrando com ele novamente." 
Mas não se preocupe se você não assistiu ao filme original. Em alguns momentos tudo o que aconteceu no passado é explicado. O antagonista do filme, Niander Wallace (Jared Leto), por exemplo, tem alguns momentos que no filme servem para situar o que passou com o momento presente - principalmente uma das cenas finais. Essa em específico é bastante tocante, com o velho Harrison Ford muito bem no seu papel.

Falando em papéis, não há muito o que reclamar dos atores. Harrison, como dito, continua sendo o agente Deckard que conhecemos, mesmo depois de impressionante 30 anos desde o primeiro filme. Ryan Gosling representa todo o elemento novo da história, e também não deixa a desejar no papel. Outros papéis que não têm tanto destaque e tempo de tela, mas são importantes para o desenvolvimento da trama, também estão dignos. Vale citar  atriz Sylvia Hoeks que ficou muito boa no papel da agente da corporação de Wallace.
Os aspectos visuais também estão impecáveis, fazendo toda a experiência ficar melhor ainda.

Blade Runner 2049 é um filme muito inteligente e muito bem feito. O que foi extraído do filme original - além dos elementos gráficos - para a continuação foi extremamente e cuidadosamente bem pensado. O questionamento futurista do existencialismo continua sendo intrigante assim como é no filme de 1982, com um jovem agente indo atrás de respostas num mundo tenebroso onde a tecnologia rege o desenvolvimento do mundo. 


Avaliação do Nerd:


Título: Blade Runner 2049
Duração: 2h50
Direção: Denis Villeneuve
Nota do IMDb: 8,7/10
Rotten Tomatoes: 89%
Avaliação do Nerd: 
4/5 (Ótimo)

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