quinta-feira, 2 de novembro de 2017

MINDHUNTER | Crítica

Por Unknown   Postado em  08:12   netflix Nenhum comentário

Baseada em obra literária, Netflix lança série sobre ciência comportamental. 




MINDHUNTER narra a história real (em meados dos anos 70) dos agentes do FBI, Holden Ford (Jonathan Groff) e Bill Tench (Holt McCallany), que possuem um programa intitulado "Escola Móvel"; Viajando os EUA a fim de compartilharem seus conhecimentos especiais se tratando de ciência comportamental com outras bases policiais. Até que o programa começa a criar raízes e precisam da ajuda de uma nova perspectiva profissional e contam com Wendy Carr (Anna Torv) para auxilia-los no dever de provar que nenhum caso de assassinato, por mais brutal que seja, não ocorre sem precedentes: que há sempre um histórico por trás de cada olhar frio. 

Os agentes Ford e Tench viajam os Estados Unidos entrevistando os assassinos com os piores históricos, envolvendo bestialismo, canibalismo, necrofilia, decapitação... a fim de enriquecer seus estudos. A Experiência criada entre os agentes e os assassinos começa a ficar íntima, quando são introduzidas figuras como Ed. Kemper (Cameron Britton) e Jerry Brudos (Happy Anderson), os materiais de maior valor para o estudo do departamento. 


No total, são 10 episódios de média duração, onde são apresentados novos assassinos, com histórias cada vez mais assombrosas, e os personagens são cada vez mais explorados, mostrando suas vidas pessoais e estendendo ainda mais o background de cada um dos agentes representados. O arco de maior importância está com Holden Ford, que ao início da temporada mantém sua curiosidade pelo trabalho atrás de uma boa dosagem de cautela em cada uma das entrevistas, e ao final da temporada, temos um personagem completamente explorado e bem entregue ao espectador, tanto como agente quanto como homem-do-lar-com-uma-namorada. E Groff faz jus ao personagem, mantendo sua perspicácia em cada ponto. 

Bill Tench, na pele de Holt McCallany,  fica com a responsabilidade de paizão conservador do departamento. Seu lado pessoal é bem explorado (em dois episódios, em específico) e vemos o limite de Bill como profissional, como marido e pai. A principio, ele parece dominar a série, com a aparência de "tira do mal". Mas conhecemos mais dos limites e das capacidades do Bill quando se trata de conversar com assassinos de sangue frio. 

O ceticismo da série fica a encargo de Wendy, representada por Anna Torv. O pé no chão do grupo age de forma sóbria diante as conquistas e fracassos do departamento, sempre lutando pelo que não irá prejudicar a ninguém, principalmente a ela e a imagem do FBI, que lhes foi confiada. É mostrado pouco da vida pessoal de Wendy (porém tão profunda quanto as demais). O que constrói uma característica muito forte para a personagem. 

No início de cada episódio, temos um personagem misterioso, que não são revelados seu nome ou suas intenções, o que dá um tom ainda mais misterioso para o episódio que virá. 

A direção de imagem e sonoplastia são elementos importantíssimos para as cenas. Um episódio, em especial, chama a atenção pelo uso absurdo dos recursos de som (ep. 05), o que deixa a experiência ainda mais perturbadora e te prende ainda mais à serie em geral. Outro elemento muito bem explorado é a falta de som, sempre para deixar o expectador ainda mais apreensivo - os efeitos de chiado e ruídos possuem a mesma finalidade. E claro, a trilha sonora com aquele toque especial que só as músicas de época possuem, são utilizadas para trazer alivio à uma cena forte, ou simplesmente para acompanhar os agentes durante uma viajem rápida de carro. 

É uma série que se trata do estudo da mente de um assassino. Como prever os próximos passos de um psicopata apenas traçando um perfil baseado em crimes anteriores? Como utilizar esse recurso em uma instituição onde os crimes só são tratados depois que realmente são concretizados? É disso que se trata MINDHUNTER. E exatamente por ser um material de cunho psicológico, é extremamente fácil sucumbir à loucura de um episódio sem muito esforço. 


Um episódio ou outro se estende por mais tempo que o necessário, mas não ao ponto de se tornar massante, da mesma forma que os episódios não são eletrizantes ao ponto de te levar a uma maratona de dez horas seguidas (nota pessoal: e eu diria que isso nem seria saudável). São episódios bem conduzidos, com um roteiro bem planejado e atuações igualmente impecáveis e arrebatadoras, em certos episódios. As cores pasteis utilizadas, o senso de cotidiano (realmente parece que enquanto você faz compras no super mercado há alguém no bairro vizinho fazendo tudo isso) e os takes gravados dão o tom perfeito para série, visto que esses fatos realmente ocorreram (e há não muitos anos atrás).

MINDHUNTER é uma série muito rica e original em seu roteiro, acredito que seja a mais profunda do gênero (e aqui eu não incluo documentários), tem uma proposta interessantemente bem conduzida. Entregando, sem promessas supérfluas, um material de grande valor aos admiradores de temas como este, e trazendo um tom mais cômico, à realidade brutal dos assassinos. 

A trama tem direção de nomes como David Fincher (House of Cards) e Asif Kapadia (Amy).


Título: Minhunter
Criador: Joe Penhall
Duração: 10 Episódios / 45min
Nota do IMDb: 8,8/10,0
Rotten Tomatoes: 97%/100%
Avaliação do Nerd:




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