sábado, 1 de abril de 2017

A Vigilante do Amanhã - Ghost in the Shell | Crítica

Por Unknown   Postado em  18:20   crítica Nenhum comentário


Em ritmo lento, Scarlett Johansson vive um drama futurista 

Matrix, Blade Runner, Westworld... Muitas coisas vem a mente enquanto as cenas de Ghost in The Shell passam nas telonas. Poucos sabem, mas acontece que o anime de 1995, baseado no mangá homônimo, realmente foi fonte de inspiração para a criação de Matrix, e até mesmo outras obras da cultura pop o fizeram. Apesar de ter a tarefa difícil de não ser exatamente uma cópia dos elementos anteriores e das inspirações, o novo filme de Ghost in the Shell consegue criar elementos novos, visualmente falando, e um tom dramático a mais para o filme.

A Vigilante do Amanhã – Ghost In The Shell se passa numa realidade super futurista em uma cultura distante da nossa, numa sociedade onde poucas pessoas vivem sem implantes robóticos em seus organismos. Major (Scarlett Johansson) é uma nova espécie de Ciborgue, criada para ser uma supersoldada pertencente a uma força policial. Ao lado de Batou (Johan Phillip), um também policial, na questão inicial do filme Major luta na busca de um cibercriminoso que está dando problemas, algo que seria muito comum de existir em uma realidade onde tudo é movido pela tecnologia, onde tudo está ligado numa rede, e todos os elementos que o filme mostra.

Com uma diversidade bem grande no elenco, não há um ator que se destaque do outro, todos estão no mesmo nível, apesar do filme inteiro explorar bem mais da Scarlett Johansson, que não decepciona no papel, pois mostra de forma convincente em seus trejeitos – destaque pra sua forma de andar - que está num corpo cibernético, com pouca coisa realmente humana. O que dá a sensação de mesmice é que é um papel que a atriz entrega muito do que já entregou em suas personagens de filmes anteriores, mas isso também combina com a Major.

Visualmente, não há do que se reclamar. Talvez toda a dedicação do filme esteja no design de produção, que entrega bonitos cenários futuristas com visuais altamente tecnológicos, algo certamente incrível de se ver. A brincadeira com o tema do anime e do mangá permite a produção visual ‘viajar’ e isso faz com que tenhamos resultados incríveis.
Agora que começo falar da trama, pois é o que menos prende no filme. O ritmo é um pouco lento até mais da metade do filme, e demora pra ficar interessante. Major vai em busca do cyber-terrorista ‘Kuze’ (Michael Pitt) movida por nenhuma motivação pessoal, mas pelo seu oficio militar, e acaba descobrindo algo muito maior do que apenas aquilo. Kuze não é o vilão da história, e sim uma parte da trama para levar ao desfecho do filme. O roteiro, então, dá uma virada leve e o filme parte para outro caminho. Apesar de ser um tema muito interessante, que rende muitos diálogos filosóficos e deixa o espectador pensativo, nada é muito aprofundado, nem mesmo essa mudança que o roteiro dá, não é significativo e chega a ser um pouco previsível. De certa forma, isso equilibra o filme. Quando vemos uma cena de ação com lutas coreografadas, sem muita violência, mas visualmente bonitas e significativas, e em seguida vemos uma cena com um diálogo cabeça que apresenta aos poucos a discussão do tema que a história quer mostrar, é algo que faz com que o filme seja um só, não transite muito nas emoções e seja algo constante do começo ao fim. Porém a sensação que se tem de que faltou algo quando o filme acaba é inevitável, e esse algo é o aprofundamento do roteiro, até mesmo dos personagens e uma resolução clara pra tudo isso.

A trilha sonora do filme não é um fator determinante para o envolvimento com a história, mas é muito bem feita e me agradou muito, deu um match perfeito com a viagem tecnológica e futurista que o filme entrega.

Apesar dos deslizes, Ghost In The Shell entrega uma ficção científica futurista muito linda de se ver. É um blockbuster com um pouco de vergonha de ser um blockbuster, pois não é um daqueles filmes pipoca que você assiste só por assistir. Em um momento ou outro a história vai trazer a reflexão a tona, que é mais atual do que nunca. O que é ser humano? O que faz um ser humano ser um? Qual é o sentido de tudo isso? Até que ponto a tecnologia cibernética vai entrar em nossas vidas, biologicamente falando? Esses e mais são questionamentos que, apesar de pouco aprofundados, Ghost In The Shell aproveita em seu modo, resultando num bom filme dramático e sem gancho nenhum pra continuação, mas com uma grande probabilidade de ter alguma.



Título: A Vigilante do Amanhã - Ghost in the Shell
Duração: 1h47m
Direção: Rupert Sanders
Baseado no mangá de Masamune Shirow
Nota do IMDb: 6,90/10,0
Rotten Tomatoes: 42%
Avaliação do Nerd:

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