sábado, 16 de julho de 2016

Stranger Things | Crítica

Por Unknown   Postado em  11:58   Séries Nenhum comentário

Um prato cheio de referências aos anos 80; Stranger Things não é uma brincadeirinha da Netflix.


Antes de ser disponibilizada, a produção original da Netflix já contava com uma boa divulgação; os trailers mostravam uma série de época, que prometia trazer o bom e velho sci-fi (principalmente o de Steven Spielberg) pra geração de hoje, com coisas estranhas acontecendo. E realmente, os poucos 8 episódios liberados nessa última sexta (15/07) foram mais do que suficientes para mostrar o que a série prometeu, e também que a Netflix tá levando à sério esse negócio de produzir séries.

Já no 1° episódio dá pra entender que a série se passa nos (adorados) anos 80. E mesmo se não fosse pela indicação na tela escrito "1983" dava pra saber, especialmente por causa dos figurinos, da trilha sonora (que é incrível e envolve muito) e porque já de cara vemos 4 garotos jogando Dungeons & Dragons, o famoso RPG das crianças dos anos 80. Fora tudo isso, e já aproveitando pra falar, toda a ambientação da série é maravilhosa. Realmente hipnotiza quem está assistindo, e faz sentir que estamos de volta nos anos 1980.

Joyce, Jonathan e Nancy
Na verdade, é bem difícil entender as "coisas estranhas" que acontecem durante metade da série. Tudo só começa a clarear a partir do 5° episódio, e nem tanto assim. Tudo o que você precisa saber é: Dustin, Lucas, Mike e Will (a gangue dos garotos geeks) estavam jogando RPG quando se veem obrigados a terminarem a partida pois já estão a dez horas jogando e já estava tarde da noite. Os garotos retornam de bicicleta para as suas casas, mas algo de errado acontece com Will Byers.
No meio do caminho, ele se depara com algo, ou alguém, e chega aflito em sua casa, onde nem sua mãe, e nem o seu irmão estão. E então ele misteriosamente some.
No dia seguinte, Joyce, mãe de Will, e Jonathan, seu irmão mais velho, voltam pra casa e não encontram o garoto: ele estava desaparecido. E esse é o principal mistério da série até a metade da temporada, mais ou menos, pois a presença de uma garota estranha, chamada Eleven (sim, Onze, literalmente, 11) acaba sendo um poder muito forte durante toda a série. Os mistérios apenas se tornam mais grandiosos ao decorrer dos episódios.

Mike e Eleven - a garotinha que rouba a cena na série toda.
Desde o começo, já se percebe que a série toma proporções cinematográficas. O estilo de filmagem envolve muito mais, e casa perfeitamente com o gênero da série. Como dito anteriormente, uma das coisas que também mantém o suspense e o terror da série é a trilha sonora; toques psicodélicos que te fazem sentir os anos 80. Fora as músicas da época que aparecem em determinados momentos também (um exemplo: Should I Stay or Should I Go, The Clash).

É importante citar que um dos objetivos dos criadores da série era despertar a nostalgia dos anos 80 pra galera com mais de 30 anos e mostrar um pouco disso pra nova geração. E são várias as referências e easter-eggs: Star Wars, X-Men,  Stephen King, He-Man, os pôsteres de Tubarão, e até mesmo o RPG Dungeons and Dragons, que acaba sendo um elemento na explicação de tudo o que acontece. 

Sobre os personagens de apoio à trama, penso que não poderiam ser melhores. Cada um tem o seu passado, ou o seu problema no passado. O xerife Hopper (David Harbour) é um excelente exemplo disso, pois tem uma personalidade problemática justificada por um acontecimento forte de sua vida. Falando em problemática, a mãe de Will, Joyce (Winona Rider), mostra bem o desespero que a personagem passa.
O romance de colegial do descolado Steve Harrignton com Nancy (Natalia Dyer) dão um suporte a mais nas subtramas.
Desde o começo, é possível se apegar a cada personagem e isso só cresce conforme a série acontece, um exemplo disso é a garotinha Eleven (ou Onze), que é cheia de mistérios e enigmas mas que mesmo assim é impossível nao se apegar. Talvez a escolha de atores mirins desconhecidos na grande mídia americana facilitaram pra tal fato.
E pra finalizar essa parte de personagens, é incrível como cada um tem sua importância na história toda. Desde os coadjuvantes até os principais: todos. 

Lucas, Mike, Eleven e Dustin
Várias coisas me vieram na mente assim que fazia a maratona da série: algumas cenas me lembravam o primeiro filme da trilogia Sobrenatural, outras, o Poltergeist, de 1982, produzido por Steven Spielberg, que foi fonte de inspiração pra criação da série. Todo esse lance de crianças como protagonistas com coisas bizarras acontecendo lembra outro famoso de Spielberg e JJ Abrams, o clássico da sessão da tarde; Super 8. Mas vai por mim, é muito melhor que isso. E falando em JJ Abrams, algumas loucuras também lembram Cloverfield: o Monstro , justamente por ter um monstro envolvido na história toda.
De início, é normal sentir uma estranheza pela série, porque é isso mesmo que ela causa, mas as coisas ficam claras, e têm um desfecho apropriados de temporada.

Um detalhe que incomodou bastante foram os efeitos visuais em determinados momentos. O grande vilão da história é meio tosco e sua CGI foi mais tosco ainda. Mas dentro do roteiro, como eu disse, tudo se encaixa e dá pra aceitar.

Stranger Things veio pra mostrar que ainda dá pra fazer coisa boa inspirada nos anos 80. Como se fosse um filme de 8 horas, cheio de drama, suspense e referências aos anos 80, com certeza é uma das melhores coisas produzidas pela Netflix até agora. Claro que esperamos por uma segunda temporada, pois o gancho pra uma continuação é imenso, mas até agora, o que pude dizer já disse, o resto seria spoiler. 
Então o mais recomendado é que você dê um jeito de assistir essa série sensacional!

E se já conferiu, comenta aqui embaixo o que achou, se teve algo ruim, algo bom. Comente!

Título: Stranger Things
Duração: 50m/ep 
Criadores: Irmãos Duffer
Genero: Thriller, Sobrenatural
Nota do IMDb: 9,3/10
Rotten Tomatoes: 90% / 100
Nota do Nerd:  ✫✫✫✫
[a avaliação do Nerd Nas Estrelas vai de ✫ (uma estrela) a ✫✫✫✫✫ (cinco estrelas)]


Até a próxima!

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Thanks, Ron.