segunda-feira, 21 de março de 2016

Demolidor - 2° temporada | Crítica

Por Unknown   Postado em  15:46   Séries Nenhum comentário

O segundo ano da série da Marvel + Netflix volta mais violento e mais impactante.


Vivemos numa era super heróica tanto no cinema como na televisão.
O número de filmes baseados nos quadrinhos de heróis nunca são baixos, e os seriados televisivos desse gênero também não ficam de fora dessa.
Nesse contexto, a parceria Marvel+Netflix continua fazendo seu papel muito bem feito como um neutralizador de histórias felizes e coloridas dos super heróis nos cinemas e nas séries de TV, mostrando o famoso lado sombrio e realista com mais uma temporada de Demolidor.

O retorno da série continuou na pegada Netflix; o realismo retratado na violência exagerada, diálogos mais pesados e livres da censura da TV, e o tempo de episódio mais duradouro do que um episódio feito para televisão, o que é ótimo para que se possa explorar mais dos personagens.

Na trama temos um novo personagem já conhecido dos quadrinhos; Frank Castle (Jon Bernthal), o Justiceiro. Sua cena de apresentação na série é impactante, e já consegue definir bem quem o personagem será ao decorrer da história.
Temos já no primeiro episódio o primeiro embate entre Justiceiro e Demolidor (Charlie Cox), o que nos poupa de muita enrolação que a série poderia ter feito mas felizmente não aconteceu.


Assim como nos quadrinhos, Castle é um ex soldado que teve sua família assassinada acidentalmente por uma gangue de mafiosos em Nova York. Ele mata as pessoas que segundo ele não merecem viver; bandidos, pessoas más. Vale ressaltar que a atuação de Jon Bernthal (o Shane de The Walking Dead) chega a ser magnífica e o sangue nos olhos do ator deixam claro que ele nasceu pra esse papel. Diferentemente de todas as adaptações em carne e osso do personagem no cinema, dessa vez acertaram a mão e entregaram uma coisa incrível.
Então, os diálogos que acontecem no terceiro episódio entre Demolidor e Justiceiro definem bem o dilema moral que existe na linha tênue entre os dois personagens. De um lado, um vigilante que não mata, mas acredita na justiça e que os bandidos podem virar caras bons. Do outro, um cara que faz justiça com as próprias mãos e mata sem dó e nem piedade aquele que praticou atos criminosos.  O conflito das ideologias é muito bem explorado.

Como esperado, a temporada se dividiu em duas partes: a primeira parte que exploraria mais a história de Frank Castle e a segunda, que seria mais dedicada a Elektra Natchios (Elodie Yung), uma antiga namorada de Matthew Murdock.
As revira voltas acontecem e no meio disso tudo a vida pessoal de Murdock é psicologicamente abalada. Ele começa a ter conflitos entre sua vida de advogado e seu alter ego.




Se por um lado há sangue e violência na série em todos os episódios, a tensão jurídica também é explorada em algumas partes, nos julgamentos que Foggy Nelson (Elden Henson) e Matt Murdock pretendem ganhar a briga com a promotoria.
E falando em violência, temos aqui de sobra. Foi muito lindo ver cenas que lembravam as cenas de luta da primeira temporada, como aquela das escadarias (que lembrou muito a icônica cena do corredor da 1° temporada), e as pancadarias pesadas.
E como temos aqui um personagem que mata a qualquer custo  para obter sua vingança, a violência dobra e você realmente pensa essa seguinte frase sobre o Justiceiro: "Como um homem seria capaz de tanta violência?"

Os elementos que estavam presentes na primeira temporada que aparecem nessa segunda são muito bem encaixados e dão um toque a mais na trama. A personagem Karen Page (Deborah Ann Woll) aqui tem um pouco mais de espaço quando explora o passado de Castle. E os personagens de apoio não param por aí; a enfermeira noturna, Claire (Rosario Dawnson) também contracena com o protagonista principal pra questionar suas atitudes. E também uma participação que não citarei aqui por conta de spoilers.
Apesar disso a série não se prende 100% na sua primeira temporada e funciona como um arco fechado, assim como vimos em Jessica Jones. Assim, a serie é perfeita para se maratonar como se estivesse assistindo um filme de 13 horas.

Detalhe; como pode se ver no trailer a máscara do Diabo de Hells Kitchen é quebrada, o que nos leva a esse novo uniforme que lembra UM POUCO o titio Affleck na sua tentativa fracassada de Demolidor em 2003.
 Os desfechos que tiveram a personagem Elektra foram dignos de serem comparados aos quadrinhos do Mr. Frank Miller, o que foi muito bom porque ela tinha um potencial que foi bem explorado ao decorrer dos episódios.
Elektra traz consigo uma misteriosa "missão" na série, que é um tanto quanto complexa de se entender, que envolve a organização denominada "A Mão". O que importa é que a série trouxe uma coisa que nos quadrinhos era um ponto forte: ninjas. Tudo isso rende muita briga e pancadaria e no final de tudo, a série fecha com um gancho perfeito para uma possível 3° temporada (que eu espero muito que aconteça), que pode ameaçar mais ainda o emocional e psicológico de Matt Murdock.

Quanto aos aspectos técnicos, a série só melhorou. A medida que as coisas vão acontecendo percebe-se que toma-se um rumo cinematográfico pras cenas, tanto de diálogo como as cenas de luta.

E os único pontos negativos são alguns furos de roteiro que aparecem logo no primeiro episódio, mas que são insignificantes comparados à perfeição da série.

Demolidor continua sendo uma série pro fã assíduo dos quadrinhos e também praquele que curte uma boa pancadaria coreografada e um roteiro bem elaborado.

Título: Marvel's Daredevil
Duração: 1hora/ep
Criadores: Drew Goddard
Gênero: Acão, Suspense, Drama, Crime
Nota do IMDb: 8,8/10
Avaliação do Nerd: ✫✫✫✫✫
[a avaliação do Nerd Nas Estrelas vai de ✫ (uma estrela) a ✫✫✫✫✫ (cinco estrelas)]


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