quinta-feira, 24 de março de 2016

Batman vs. Superman: A Origem da Justiça | Crítica

Por Unknown   Postado em  09:10   crítica Nenhum comentário

Embate entre super-heróis não é foco principal do filme.

Depois de muitos anos de produção, e muita ação de marketing desde o ano passado, Batman vs Superman finalmente chega aos cinemas mundialmente.
O filme é o primeiro que explora o universo compartilhado da DC no cinema e a segunda experimentação do estilo desses filmes (o primeiro, Superman - Homem de Aço, de 2012).

BvS é um filme corajoso, que se encaixa em um gênero de filmes que são divertidos de cenas de ação frenéticas e diálogos felizes feitos para todos os públicos - que são os filmes da Marvel. Porém diferente de tudo que há no cinema super-heróico, até mesmo do Batman de Tim Burton de 1989, o mais novo filme traz um combate mais psicológico que físico entre as duas maiores figuras mitológicas dos quadrinhos.

De forma sutil, o passado de um pequeno Bruce Wayne é apresentado com uma introdução de encher os olhos, e dá gancho ao arco de Batman no filme. Em um filme de 2h30 de duração, seria injustiça dar foco mais em um personagem do que em outro, e a construção de roteiro e o tempo de tela de cada personagem é muito bem distribuído e desenvolvido ao decorrer da história. Até mesmo Lex Luthor (Jesse Eisenberg), que magnificamente quebra um pouco da tensão do filme com seu alívio cômico e ao mesmo tempo dá um gás e uma emoção a mais ao apresentar seus planos maquiavélicos em relação ao filho de Krypton e o Morcego de Gotham.

Ben Affleck e Henry Cavill não deixam a desejar em suas atuações.
Ter assistido o Homem de Aço é essencial para que se possa entender partes chave do filme, pois o arco do Superman no filme se prende muito ao seu anterior. Este Superman que temos agora é um ser inatingível, uma figura mitológica para a população de Metrópolis, literalmente um deus. Mas, obviamente, que divide opinião entre "salvador da pátria" ou "alien ilegal". Essa divisão da população lembra muito os quadrinhos da mente genial de Frank Miller da década de 80 (especificamente o Cavaleiro das Trevas), onde a mídia tem principal importância em dizer o que é certo e o que é errado.

Apesar do tempo bem dividido entre os personagens, a Mulher Maravilha (Gal Gadot) ainda não teve sua vez definitivamente, porém em certas partes do filme ela ganha muito espaço, não especificamente as cenas em que ela está em ação, mas as referências do que pode ser os próximos filmes, ou o seu filme solo.

Gal Gadot é uma excelente Mulher Maravilha!
As atuações não poderiam ser melhores. O Batman que temos aqui é um Batman muito mais bruto, ranzinza, raivoso (e Buce Wayne também é) e que não poderia ser ninguém além de Ben Affleck. E o jovem e psicótico Lex Luthor ficou incrível na pele de Jesse Eisenberg, um personagem com um potencial excelente que é bem explorado pelo ator.

Apesar de tudo, a mão do diretor Zack Snyder prolongou muito tudo o que vem antes do principal; a luta entre os gigantes. O filme é muito extenso, e pelo que nos foi apresentado nos trailers e divulgações, era esperado uma briga muito maior e muito mais motivada do que o que realmente foi. Ou seja; muitas das melhores cenas foram entregadas nos trailers. Inclusive o vilão, o Apocalipse, foi estupidamente entregado antes e diminui a surpresa ao vê-lo na telona.
Não que o embate Deus vs Homem tenha sido ruim, muito pelo contrário. É magnifico, eletrizante e um tanto quanto emocionante na hora que acontece. Poderia até usar a palavra épico, se tivesse durado mais tempo.
Vê-se ainda a marca de Snyder nos slow motions exagerados, planos sequências, close ups, lance flaires e outros efeitos visuais exagerados. Nesse aspecto o filme é a visão do Universo DC segundo a mente do diretor, o que é meio fraco, pois o diretor não é um diretor forte.

O filme também fez vários fan services dos personagens que aparecerão no filme da Liga em 2017 (Ezra Miller como Flash, Jason Momoa como Aquaman e Ray Fisher como Cyborg), que no geral serviram para dar um gancho e conectar tudo nesse novo universo da DC. Isso não fica ruim, pois encaixa muito no contexto do filme e dá aquela expectativa pro futuro da DC nas telonas.

Pra finalizar essa parte de personagens: por mais que tivessem entregado no trailer a cena em que Batman, Mulher Maravilha e Superman aparecem juntos,  ver a santíssima trindade contracenando, cooperando e lutando juntos contra o Apocalipse foi de arrepiar. Podemos dizer agora que foi um sonho realizado pra todo o fã de quadrinhos da DC Comics.


A palavra que define Batman vs Superman é: diferente. E nem sempre o diferente é bom, pois querendo ou não já estamos acostumados com essa ideia Marvelizada de filmes de heróis. Porém esse tom que a DC trouxe com BvS; grandioso, épico e colossal, de destruição em massa e de complexidade psicológica dos personagens, pode ter muito mais capacidade e qualidade do que o esperado no futuro de seu universo cinematográfico. Infelizmente (ou felizmente, depende do ponto de vista) não é um filme para todo mundo. Mas, consegue agradar muito um específico nicho (de fãs da DC Comics), com suas cenas agitadas que parecem muito com uma história em quadrinhos.
A aceitação 100% do público não aconteceu, basta pesquisar a reação da crítica na internet, então resta aguardar se tudo o que a DC planeja pro futuro dará certo ou não.

Título: Batman vs. Superman: A Origem da Justiça
Duração: 2h33m
Diretor: Zack Snyder
Nota do IMDb: 8,1/10
Rotten Tomatoes: 32% / 100%
Avaliação do Nerd: ✫✫✫
[a avaliação do Nerd Nas Estrelas vai de ✫ (uma estrela) a ✫✫✫✫✫ (cinco estrelas)]

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